terça-feira, 13 de abril de 2010

O gênio da ópera

“Napoleão morreu, mas um novo conquistador já se revelou ao mundo. E de Moscou a Nápoles, de Londres a Viena, de Paris a Calcutá, seu nome está em todas as bocas. A fama desse herói não tem fronteiras, a não ser as da própria civilização.” É assim que o escritor francês Stendhal abre A Vida de Rossini, a primeira biografia sobre o italianíssimo Gioacchino Rossini.

Rossini foi uma figura única no mundo da música. Em sua vida, compôs algumas das mais geniais óperas da história e, apesar disso, parou de escrever muito jovem, aos 37 anos. Em menos de 25 anos de trabalho efetivo, escreveu 34 óperas, dentre elas as mais famosas e divertidas óperas cômicas de todos os tempos. Poucas vezes um compositor teve tanto senso de palco e de comicidade quanto Rossini. Foi o mais talentoso continuador de uma escola operística italiana que buscava a inspiração na melódica e tinha a preocupação cênica em relação à música. Entretanto, ele foi capaz de transportar seu caráter para sua obra. A alegria de sua música, o esplendor de seus conjuntos, suas brincadeiras rítmicas e onomatopaicas nunca forma igualados. Em função disso, teve a simpatia do público e o apoio de grandes nomes, como Stendhal e Balzac.

E aqui está uma das maiores dificuldades ao interpretar sua obra: trazer à tona toda essa alegria, toda essa leveza, sem perder de vista a seriedade de sua escrita, a qualidade de sua instrumentação e a transparência de sua textura vocal e orquestral, somente comparável à de Mozart.

O Barbeiro de Sevilla, obra-prima de Rossini, conta a história do barbeiro e faz-tudo de Sevilla no século 18, Fígaro, que faz as vezes de cupido no amor entre o Conde de Almaviva e Rosina, tem uma série de imbróglios e situações hilárias, para terminar com os amantes unidos e o final previsivelmente feliz, na ópera cômica mais popular da história ocidental.

Para quem assistia ou ainda assiste aos desenhos animados, O Barbeiro de Sevilla está eternizado em um episódio de Pica-Pau, com o protagonista a cantar a cavatina de Fígaro, Largo al Factotum, uma das árias mais populares de todos os tempos. Há também menções à ópera em outros desenhos animados, como Pernalonga, Tom e Jerry e até mesmo nos Simpsons, no episódio O Homer de Sevilla. Confiram um trecho da ópera cantada pelo Pica-Pau no vídeo abaixo:

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