sexta-feira, 2 de abril de 2010

Bach, supremo gênio sacerdote

Se a música clássica tem um fundador legitimado por todos os compositores que o sucederam nos últimos três séculos, ele é Johann Sebastian Bach. De Beethoven a Stravinsky, de Mozart a Debussy, de Brahms a Mahler, todos reverenciaram o gênio do autor de O Cravo Bem Temperado, da Paixão Segundo São Mateus (que você pode ouvir no vídeo abaixo), da Missa em Si Menor, dos Concertos de Brandemburgo, das Variações Goldberg e de A Arte da Fuga, além de um inigualável monumento formado por cerca de duzentas cantatas sacras.

Bach, que nasceu no dia 21 de março (assim como eu!) de 1685, em Eisenach, na Alemanha, representa a perfeição como músico e compositor. Sua genialidade somente pode ser comparada a de Shakespeare, Newton ou Einstein. Sua obra é como as maravilhas e as forças da natureza. Ao ouvi-la, percebemos como somos pequenos diante de sua música, manifestação clara da glória de Deus.

Bach era uma pessoa de natureza bondosa e de postura modesta. Acreditava que tinha muito a aprender com todos. Prova disso foram as transcrições que fez das obras de Vivaldi, o que o ajudou a melhorar a sua escrita. Em outra oportunidade, ele caminhou durante dias apenas para ouvir o organista e compositor Buxtehude, então considerado o melhor organista da Europa. Estamos falando de Bach, um homem que tocava inúmeros instrumentos e escrevia freneticamente.

Apesar de toda a sofisticação de suas obras, elas faziam parte do cotidiano das pessoas. Por vezes, Bach usava hinos conhecidos como temas e em nenhum momento pensava na posteridade ou se gabava de suas habilidades. Ele era um servo da música e, principalmente, um servo de Deus por meio da música.

O compositor foi mais do que decisivo em todos os gêneros musicais que praticou. Ele abriu um mundo de possibilidades criativas ainda não esgotado. "Seu nome não deveria ser riacho e, sim, mar", disse Beethoven, fazendo alusão a um dos significados da palavra alemã Bach (riacho).

A canção que escolhemos de Bach, A Paixão Segundo São Mateus, é estruturada para contar a história da crucificação de Cristo com base no Evangelho de São Mateus. A composição é dividida em duas grandes partes, com 68 números - recitativos, coros, ariosos, 15 corais e 23 árias. O texto da obra mescla a palavra bíblica, a poesia contemplativa e os corais protestantes entoados na Quaresma, incluídos para simbolizar a participação dos fiéis na Paixão. De acordo com o crítico suíço Franz Rueb, no livro 48 Variações sobre Bach, A Paixão Segundo São Mateus é "compaixão, caminho compartilhado apoio nas horas difíceis". Para o autor, as tragédias da Antiguidade e as Paixões de Bach são obras que se mantêm válidas para qualquer sociedade e qualquer cultura.

Finalmente, fiquemos com esta obra-prima de Bach:

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