terça-feira, 6 de abril de 2010

Mozart e a maior de todas as óperas


Sob qualquer ponto de vista, as façanhas de Wolfgang Amadeus Mozart impressionam. Mal saído dos cueiros, antes mesmo de falar, já tocava piano. Aos 4 anos, compôs sua primeira peça para o instrumento. Aos 9, escreveu a primeira sinfonia por um motivo prosaico: como estava doente, o pai, Leopold, o proibiu de tocar cravo. Entediado, usou o tempo livre distante do instrumento preferido para compor a obra. Aos 12, assinou sua primeira ópera. Aos 14, visitou com o pai a Capela Sistina, em Roma, e ali ouviu o Miserere, uma complexa obra coral a nove vozes de Gregório Allegri, cuja partitura não podia ser contemplada por uma proibição do papa. Ao voltar para casa, o garoto reproduziu toda a peça no papel. Mozart passou dez dos seus primeiros 15 anos de vida viajando por toda a Europa encantando e seduzindo reis e nobres.

Em 1787, Mozart compôs a ópera que é considerada por muitos como a maior de todas. “Amanhã teremos a estréia e você nem sequer compôs a abertura!”, comentou com Mozart um de seus amigos. Fazendo-se de nervoso, o compositor austríaco correu para o seu quarto e começou a compor à meia-noite. Com a mulher, Constanze, contando-lhe histórias para que não dormisse, terminou, em menos de três horas, Don Giovanni, sua ópera mais louvada. Talvez essa história seja apenas uma lenda – assim como a que conta que, no primeiro ensaio, insatisfeito com o grito que a soprano Teresa Bondini soltava quando o sedutor Don Juan investia contra sua honra, o próprio Mozart beliscou-lhe a perna: “Isso mesmo! É assim que quero”, teria dito. No entanto, considerando-se a personalidade de Mozart, são episódios que podem muito bem ter ocorrido.
Don Giovanni é a mais dramática das óperas de Mozart. Nela, ele mistura um herói-vilão, vítimas com sentimentos contraditórios e a vingança do sobrenatural, introduzindo o terror do universo da música clássica. Instalados em hospedarias em lados opostos da mesma rua, Mozart e o italiano Lorenzo Da Ponte, que escreveu o libreto (o texto da ópera), acertavam os detalhes finais da obra pela janela.

Em Mozart, toda a sua música tem a pureza, a beleza, a inocência e a simplicidade de uma criança. Músicos do mundo inteiro reconhecem que o austríaco é o compositor mais difícil de tocar, exatamente por esse motivo.

Assista, no vídeo abaixo, um dos trechos da ópera Don Giovanni:

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