quinta-feira, 29 de abril de 2010

Eu te amo... eu também não

Um amigo meu diz que Serge Gainsbourg é, pra França, o que Chico Buarque é pra nós, brasileiros. Fato. Artistas como Piaf, Trenet, Salvador e Brel são lendas, mitos da música francesa. Gainsbourg certamente está na lista.

Serge nasceu em Paris em 1928. Ele era filho de judeus russos que fugiram do país pra escapar da revolução de 1917. Seu pai era pianista, e se apresentava em clubes da capital francesa.

Gainsbourg estreou na vida artística em 1958, quando lançou seu primeiro disco de vinil. Em 1968 sua carreira já havia deslanchado: foi quando teve um affair com outro mito francês, a atriz Brigitte Bardot. Com ela, Serge gravou várias canções. Dentre elas o clássico “Je t’aime... moi non plus” – bastante sugestiva, por sinal. E por falar em sugestividade, essa é a cara das composições de Gainsbourg. Suas músicas são marcadas pelo duplo sentido, e pela forte insinuação sexual.

Gainsbourg compôs “Je t’aime...” pra Bardot, mas quem gravou a canção pela primeira vez foi a atriz inglesa Jane Birkin – que aparece em cenas de nudez do clássico “Blow up – depois daquele beijo”, de Michelangelo Antonioni. Gainsbourg casou-se, posteriormente, com Birkin, com quem teve Charlotte Gainsbourg, atriz que estrelou “Anticristo”, de Lars Von Trier.

Álcool, cigarros, escândalos e muitas mulheres foram os principais elementos da vida pública de Serge Gainsbourg. Ele colecionava polêmicas e amantes. Na música, seus maiores sucessos eram quase sempre gravados nas vozes de outras pessoas, como Françoise Hardy, Vanessa Paradis e Juliette Gréco.

A obra de Gainsbourg é muito diversa. Ele compunha de jazz a reggae, e ia do rock à música romântica. Sempre canções recheadas de duplo sentido, é claro. Muitas de suas músicas foram parar em trilhas sonoras de filmes, programas de TV, etc. O clássico “Je t’aime...” foi regravado inúmeras vezes. Teve versões feitas por Ray Conniff e Donna Summer.

Serge faleceu em 1991, por complicações cardíacas. Deixou uma obra vasta, e se tornou um mito da música da França.

Et voilà “Je t’aime... moi non plus”, que aqui no Brasil é a cara de “trilha sonora de motel” (como diz uma amiga minha) e programas de TV que falam sobre sexo:


Este post é dedicado ao colega Igor Lins, que gosta bastante do grande Serge :-)

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