
Na rua, Carlitos vê um passar um caminhão, de onde cai uma bandeira, possivelmente vermelha (o filme é em preto-e-branco). Ele a pega para devolver e logo aparece, atrás dele, uma manifestação de trabalhadores. O personagem é então preso e acusado de ser comunista. Por esta e outras o filme, supostamente de conteúdo socialista, foi proibida da Alemanha de Hitler e na Itália de Mussolini. Nos Estados Unidos, Chaplin também enfrentrou dificuldades para exibi-lo, devido às críticas que faz ao capitalismo e à desigualdade social.
Nos anos 1950, durante a chamada “caça às bruxas”, em que o senador Joseph McCarthy liderou um processo de julgamento de pessoas públicas sob a acusação de atividades anti-americanas (leia-se “comunismo”), este foi um dos filmes que levaram Chaplin a ser perseguido politicamente, o que culminou com seu exílio na Suíca.
Mesmo após o advento do som no cinema (a partir de 1927), Chaplin insistiu em fazer filmes sem falas, como neste caso. Apesar de mudo, Tempos Modernos utiliza o som de um modo chapliniano e burlesco, quando aparecem em cena aparelhos mecânicos de reprodução sonora, como videofones, fonógrafos e rádios, para reiterar o tema do filme sobre a tecnologia e a desumanização.
Contudo, vale ressaltar que Chaplin explorava as possibilidades estéticas do som compondo ele mesmo as trilhas de seus filmes, o que deu origem a um punhado de canções que entraram para a história, entre os quais Smile, tema da cena final de Tempos Modernos que você pode escutar no vídeo abaixo:
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