
Este post é dedicado ao colega Igor Lins, que gosta bastante do grande Serge :-)
A música fala todas as línguas
Veja o vídeo de "Pushing me away", música preferida de Tsvetelina. Ela é mesmo fã de Linkin Park (vide a foto) :-)
No livro O Diálogo Musical, o maestro Nikolaus Harnoncourt explica que em Orfeu, como nas outras óperas daquela época, a poesia ocupava o primeiro plano. Só que a música também foi empregada em modo pleno, com toda a sua riqueza formal – e aí está o segredo para a criação de Monteverdi, estreada em 1607, continuar sendo encenada com regularidade em teatros de todo o planeta até hoje.
Orfeu tem uma linguagem musical eclética, mesclando elementos do novo estilo monódico barroco (a seconda prattica) e do antigo estilo polifônico renascentista (a prima prattica), como os madrigais (obras vocais sobre textos seculares, normalmente a cinco vozes) e as danças. E mais: além de combinar a música do passado e a do presente, a ópera apontava para o futuro. Conforme explica Harnoncourt em seu livro, em Orfeu “já se encontram anunciadas ou pressentidas inúmeras técnicas que surgiram na ópera durante os séculos seguintes”, como a ária, a canção estrófica, o motivo condutor (ou leitmotiv) e uma instrumentação inspirada pelo drama.
Pois é em Orfeu que aparece a primeira orquestra autêntica, com 40 instrumentos para acompanhar o canto e caracterizar musicalmente os personagens e cenários onde a ação se desenrola. Com libreto de Alessandro Striggio, Monteverdi separa os dois mundos presentes na ópera – o dos pastores, sol e alegria, e o dos infernos sombrios – pelos andamentos e timbres.
Duas edições de Orfeu foram impressas com a autorização de Claudio Monteverdi – em 1609 e 1615 – e dedicadas ao príncipe Francesco Gonzaga, para cujo pai o compositor trabalhava em Mântua, em uma corte que também empregava os serviços do pintor flamengo Peter Paul Rubens. O fato demonstra o grande sucesso da ópera, cuja duração é de uma hora e meia – os madrigais da ópera duravam, no máximo, cinco minutos. Das 15 óperas escritas por Monteverdi, restaram apenas três: Orfeu, O Retorno de Ulisses à Pátria e A Coroação de Popéia, mais um fragmento de Arianna. As demais se perderam.
Ouça, no vídeo abaixo, um trecho da ópera Orfeu:
Veja o clip de "Welcome to heartbreak", de Kanye West, uma das músicas favoritas da Marie-Charlotte:
A obra foi composta durante o sofrido exílio de Bartók nos Estados Unidos, durante a Segunda Guerra. A Hungria havia se alinhado com a Alemanha nazista, mas o compositor hesitou muito antes de partir, já que a viagem implicaria um distanciamento das aldeias que visitava. Depois de ter trabalhado para a Universidade Columbia com gravações servo-croatas, o músico entrou numa fase difícil. Estava com pouco dinheiro, desenvolveu uma leucemia tardiamente diagnosticada e era pouco conhecido do público estadunidense. Graças ao contato de amigos, o maestro russo Sergei Koussevitzky encomendou a ele um concerto para a Orquestra Sinfônica de Boston. O resultado transformou Bartók no mais popular compositor do século 20 nos Estados Unidos - ainda que após sua morte.
Mesmo doente, Béla Bartók foi à estréia do Concerto para Orquestra, em dezembro de 1944. Koussevitzky declarou ao compositor que aquela era a melhor obra dos últimos 20 anos - depois da apresentação, "corrigiu" para 25. Bartók brincou com o maestro, perguntando se isso incluía as sinfonias de seu ídolo e compatriota Dmitri Shostakovich, a quem o compositor húngaro dava pouco valor. A piada tinha razão de ser: um trecho do Concerto parodia a Sonfonia número 7 de Shostakovich.
Confiram no vídeo abaixo, Concerto para Orquestra, do grande, talentoso e surpreendente Béla Bartók:
Nos anos 1950, durante a chamada “caça às bruxas”, em que o senador Joseph McCarthy liderou um processo de julgamento de pessoas públicas sob a acusação de atividades anti-americanas (leia-se “comunismo”), este foi um dos filmes que levaram Chaplin a ser perseguido politicamente, o que culminou com seu exílio na Suíca.
Mesmo após o advento do som no cinema (a partir de 1927), Chaplin insistiu em fazer filmes sem falas, como neste caso. Apesar de mudo, Tempos Modernos utiliza o som de um modo chapliniano e burlesco, quando aparecem em cena aparelhos mecânicos de reprodução sonora, como videofones, fonógrafos e rádios, para reiterar o tema do filme sobre a tecnologia e a desumanização.
Contudo, vale ressaltar que Chaplin explorava as possibilidades estéticas do som compondo ele mesmo as trilhas de seus filmes, o que deu origem a um punhado de canções que entraram para a história, entre os quais Smile, tema da cena final de Tempos Modernos que você pode escutar no vídeo abaixo:
Trago pra vocês a canção “Pa’ bailar”, que faz parte do álbum Mardulce, do grupo Bajofondo:
E aqui está uma das maiores dificuldades ao interpretar sua obra: trazer à tona toda essa alegria, toda essa leveza, sem perder de vista a seriedade de sua escrita, a qualidade de sua instrumentação e a transparência de sua textura vocal e orquestral, somente comparável à de Mozart.
O Barbeiro de Sevilla, obra-prima de Rossini, conta a história do barbeiro e faz-tudo de Sevilla no século 18, Fígaro, que faz as vezes de cupido no amor entre o Conde de Almaviva e Rosina, tem uma série de imbróglios e situações hilárias, para terminar com os amantes unidos e o final previsivelmente feliz, na ópera cômica mais popular da história ocidental.
Para quem assistia ou ainda assiste aos desenhos animados, O Barbeiro de Sevilla está eternizado em um episódio de Pica-Pau, com o protagonista a cantar a cavatina de Fígaro, Largo al Factotum, uma das árias mais populares de todos os tempos. Há também menções à ópera em outros desenhos animados, como Pernalonga, Tom e Jerry e até mesmo nos Simpsons, no episódio O Homer de Sevilla. Confiram um trecho da ópera cantada pelo Pica-Pau no vídeo abaixo:
Existem diversas versões do Haka, mas a mais clássica delas é a “Ka mate”, cuja origem data de 1810, quando o chefe tribal Te Rauparaha, estava sendo perseguido por inimigos, e milagrosamente escapou, escondendo-se em uma saia de mulher. Ao sair, havia um homem a sua espera, mas era um chefe amigo, e vendo isso, Te Rauparaha fez o Haka, celebrando a vitória da vida sobre a morte, o que serve de inspiração para os All-Black.
A tradução do “Ka mate”
Ringa pakia! (Bata as mãos nas coxas)
Uma tiraha! (Estufe o peito)
Turi whatia! (Dobre os joelhos)
Hope whai ake! (Deixe o quadril seguir)
Waewae takahia kia kino! (Bata o pé o mais forte que puder)
Ka mate, ka mate (Eu vou viver, eu vou viver ?)
Ka ora, ka ora (Eu vou morrer, eu vou morrer ?)
Tēnei te tangata pūhuruhuru (Este é o homem peludo que está em pé aqui)
Nāna nei i tiki mai whakawhiti te rā …(Que trouxe o sol e o fez brilhar)
Ā upane, ka upane (Um passo para cima, outro passo para cima)
Ā upane, ka upane (Um passo para cima, outro passo para cima)
Whiti te rā, hī! (O sol brilha)