sexta-feira, 12 de março de 2010

O folk é pop

Há estilos musicais que fazem nascer verdadeiras indústrias. É o caso do forró eletrônico e do tecno-brega no nordeste do Brasil, e da kizomba em Angola. O mercado musical em estilos como esses é tão próspero que cria categorias de cantores, gravadoras, etc. à parte dos demais. Aqui no Brasil não podemos dizer que existe um potencial mercado consumidor em massa para ritmos como samba ou bossa nova. Mas estilos como o já citado forró eletrônico e o calypso, por exemplos, são comercialmente muito bem sucedidos, e a indústria lança novas bandas e músicas praticamente todo mês.

É o caso do pop-folk no leste europeu. Um verdadeiro fenômeno. A mistura de elementos da música oriental, cigana, eletrônica e do pop norte-americano produz cantoras e cantores muito diferentes da tradição musical eslava. Elas (sobretudo) são cópias, reproduções do "bombante" pop ocidental: sedutoras, dançantes, siliconadas, inteiramente produzidas em estúdio. Jovens artistas oriundos de países de cultura conservadora se travestem com um pseudo "sex appeal" americano, em clips de alto teor sexual.

A indústria do pop-folk é florescente em países como Romênia, Bulgária e Turquia. Na Bulgária, o gênero também é conhecido como "chalga". Para os mais velhos, é um estilo fútil e vulgar. Para os mais jovens, a última moda. As músicas falam de encontros, paixões, traição, "dor de cotovelo" e os clips sempre têm moças muito bonitas que se insinuam o tempo inteiro.

Confira um clip de Preslava, uma das estrelas do pop-folk búlgaro:



A BBC fez uma pequena matéria (em inglês) sobre o pop-folk em um clube de Sofia, capital da Bulgária.

Uma loja virtual inteiramente voltada ao pop-folk búlgaro (em inglês)

2 comentários:

  1. Sou fã de Folk,mas não conhecia o Folk-pop.. vou procurar conhecer, espero que seja melhor que Calypso..rs

    Agora discordo que samba e bossa nova não tenham um grande mercado consumidor, pelo contrário.

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  2. Procure, Felipe. É um estilo bastante curioso. Há muitos outros cantores de mesmo gênero: Desislava, Teodora, e o mais bizarro de todos - Azis. Este é uma figuraça :-P
    Bom, quanto à questão do mercado, falo que, ao contrário do forró eletrônico, por exemplo, não existem gravadoras voltadas só para o segmento bossa nova. O mercado consumidor desse estilo é bem menor do que outros. O samba de raiz é a mesma coisa. Não há produção em massa desse tipo de samba (ainda bem, né?), mas há de pagode.

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