segunda-feira, 15 de março de 2010

Simplesmente Maria Callas


Já foi uma personagem trágica da mitologia grega, uma mulher apaixonada que vê seu amado sendo assassinado na sua frente, uma cigana que usava seus talentos de dança e canto para enfeitiçar e seduzir vários homens e foi até mesmo uma prostituta parisiense. Medea, Tosca, Carmen, Violetta, Norma, Lucia, Gioconda, Amina ou simplesmete, Maria Callas.

Poucas cantoras foram tão aclamadas como foi Maria Callas. Considerada a maior celebridade da Ópera no século XX e a maior soprano de todos os tempos, Callas possuía uma voz poderosa que, embora não se destacasse pela beleza do timbre, possuía amplitude fora do comum. Mas o que fez Maria Callas entrar mesmo para a história da ópera foi suas inigualáveis habilidades cênicas. Levando à perfeição a habilidade de alterar a "cor" da voz com o objetivo de expressar emoções, e explorando cada oportunidade de representar no palco as minúcias psicológicas de suas personagens, Callas mostrou que era possível imprimir dramaticidade mesmo em papéis que exigiam grande virtuosismo vocal por parte do intérprete - o que usualmente significava, entre as grandes divas da época, privilegiar o canto em detrimento da cena.

Muitos consideram que seu estilo de interpretação imprimiu uma revolução sem precendentes na ópera. Segundo este ponto de vista, Callas seria tributária da importância que assumiram contemporaneamente os aspectos cênicos das montagens. Em particular, é claramente perceptível desde a segunda metade do século XX uma tendência entre os cantores em favor da valorização de sua formação dramatúrgica e de sua figura cênica. Em última análise, esta tendência foi responsável pelo surgimento de toda uma geração de sopranos que, graças às suas habilidades de palco, poderiam ser considerados legítimos herdeiros de Callas, tais como Joan Sutherland ou Renata Scotto.

No vídeo abaixo, vocês podem ouvir Maria Callas cantanto a ópera Carmen, obra-prima do compositor francês Bizet.


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