sábado, 27 de março de 2010

Eterna anja azul

No dia 27 de dezembro de 1901 em Schöneberg, um distrito de Berlim, Alemanha, nascia uma menina que mais tarde brilharia como atriz, cantora e que tinha uma personalidade tão forte que acabaria também quebrando tabus. Ela foi a primeira mulher a usar calças publicamente, nos anos 1920.

Marlene Dietrich, nome artístico de Marie Magdelene Dietrich von Losch, estreou no teatro aos vinte e três anos de idade e depois começou a participar de filmes mudos. Depois de cinco anos de carreira apagada, ela foi descoberta pelo diretor austríaco Josef von Sternberg, que a convidou para protagonizar o filme O Anjo Azul de 1930, baseado no romance de Heinrich Mann, Professor Unrat. Marlene viveu a cantora de cabaré Lola Lola, personagem que marcou o nascimento de um mito. Von Sternberg transformou a jovem roliça num ser esbelto, misterioso e um pouco andrógino, características que ela cultivou ao longo de sua carreira de atriz e cantora.

Foi o primeiro dos sete filmes nos quais Marlene Dietrich e Josef von Sternberg trabalharam juntos. Os demais foram Marrocos (1930), Desonrada (1931), O Expresso de Shangai (1932), A Vênus Loira (1932), A Imperatriz Galante (1934) e Mulher Satânica (1935). Depois de trabalhar com von Sternberg, ela foi foi para Hollywood, onde trabalhou em filmes mais profundos e mais marcantes.

Em 1936, a atriz, anti-nazista convicta, recusou o convite de Joseph Goebbels, ministro da Propaganda do 3º Reich, para retornar à Alemanha, onde cada filme rodado lhe renderia uma fortuna. Mas Dietrich continuou nos EUA, trabalhando com diretores como Ernst Lubitsch, Billy Wilder, Alfred Hitchcock, Orson Welles e Fritz Lang, e em 1939 tornou-se cidadã americana. Durante a Segunda Guerra, engajou-se na luta contra Hitler apresentando-se para as tropas americanas no front no norte da África e na Itália, auxiliando em hospitais e através de gravações radiofônicas. Na época ela também incluiu em seu repertório a famosa canção "Lili Marleen", que a acompanharia até o final de sua vida. Por seu engajamento durante a Guerra, a atriz recebeu condecorações dos EUA, França e Israel. Mas na Alemanha, muitos não a perdoaram pelo fato de ela retornar ao país em ruínas vestindo um uniforme americano. Em 1960, numa última visita a Berlim para uma apresentação, houve demonstrações de protesto, e manifestantes portavam faixas com os dizeres "Marlene, vá embora!". Ela viveu com esta mágoa, mas ainda assim manifestou o desejo de ser sepultada em sua cidade natal.

De 1922 a 1978, Marlene Dietrich atuou em 55 filmes. No meio tempo ela deu início à sua igualmente bem-sucedida carreira de cantora. Sua voz rouca e sensual deleitou platéias em todos os continentes, fosse em Nova York, Londres, Moscou, Tóquio, Jerusalém ou no Rio de Janeiro, onde se apresentou em 1959. Em 1975, Marlene teve que parar de cantar quando quebrou o fêmur ao cair no palco em Sidney, na Austrália. A partir de 1976 a diva viveu reclusa em Paris, e em 1978 aceitou um último papel no cinema, no filme Apenas um Gigolô. Em 1983 Marlene Dietrich autorizou Maximilian Schell a realizar o documentário Marlene, com recortes de seus filmes e ao qual ela emprestou somente sua voz, em longas entrevistas com o diretor. Ela morreu em 6 de maio de 1992, em Paris, e foi sepultada em Berlim.




Para saber mais sobre Marlene Dietrich, você pode visitar o site oficial da diva: http//www.marlene.com/


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