
Há uns dias tive acesso a um álbum com regravações de músicas compostas por Renato Russo. Achei o trabalho um primor – o que não podia ser diferente, sabendo que foi gravado por Leila Pinheiro, paraense de voz doce (porém firme) que eu amo ouvir. Resolvi dedicar um breve post a essa cantora e musicista maravilhosa. Eis:
Leila Pinheiro nasceu em Belém, capital do Pará, filha de um gaitista (portanto, já em “berço musical”). Começou a estudar piano aos 10 anos, mas deixou as aulas teóricas e foi tomar lições práticas com um conterrâneo, o músico Guilherme Coutinho.
Na década de 80 Leila abandonou os estudos de medicina e partiu pra carreira artística. Conseguiu repercussão nacional quando ganhou o prêmio de cantora-revelação no Festival dos Festivas, da TV Globo, em 1985.
Convidada pelo então diretor artístico Roberto Menescal, Leila assinou contrato com a Polygram (atual Universal Music) e passou a gravar bossa nova, estilo pelo qual ficou marcada e amplamente conhecida, inclusive no exterior.
Apesar de ter sua imagem artística profundamente ligada à bossa, Leila é uma cantora de grande versatilidade e consegue transitar facilmente entre diversos estilos. Sua voz suave e afinadíssima encaixa-se com perfeição em canções que vão do pop rock ao samba, e sua interpretação nos dá a impressão de que ela “conta”, e não canta a música.
Durante seu percurso artístico Leila encontrou grandes compositores brasileiros, como Tom Jobim, Ivan Lins e Renato Russo. Regravou várias de suas músicas, e participou de inúmeros tributos a Tom e à bossa nova. Em 2010 lançou “Meu segredo mais sincero”, com sucessos de Legião Urbana e Renato Russo. O álbum é um deleite que traz de volta, em novas roupagens, clássicos como "O teatro dos vampiros", "Pais e filhos" e "Hoje". Trago pra vocês a faixa desse cd intitulada “Ainda é cedo” (uma de minhas favoritas :-) ). Espero que apreciem ;-)
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Desde o fim do século 19, várias compositores ultrapassaram a fronteira da tonalidade – sistema tradicional de hierarquização de notas musicais em que umas predominam sobre outras no conjunto da melodia e da harmonia. Na década de 1920, aconteceu a radicalização: o austríaco Arnold Schoenberg desenvolveu um método de composição que dá o mesmo peso às 12 notas da escala ocidental (as sete que são padrão, além das cinco de tons intermediários – sustenido ou bemol). No lugar da harmonia tonal, cada obra seria elaborada a partir de uma série, uma ordenação predefinida dessas notas, que não podem se repetir antes que as outras 11 sejam tocadas. Começava aí o dodecafonismo serial, método que transformaria a música de vanguarda nas décadas seguintes.


O grande diferencial da obra do italiano Luciano Berio (1925-2003) em relação à de seus contemporâneos está na riqueza de sua música vocal. As Folk Songs juntam dois dos materiais preferidos de Berio: a música popular tradicional, reinterpretada por conceitos contemporâneos, e a voz feminina da meio-soprano (a imediatamente menos aguda que a soprano). No caso, uma em especial: a da estadunidense Cathy Berberian, sua primeira esposa.


