Em fevereiro de 1895, depois da morte do autor, voltou a ser encenado no Teatro Marinsky, em São Petersburgo, com a coreografia de Petipa, e obteve um sucesso enorme. O argumento foi simplificado. O príncipe Siegfried passeia pelos jardins do palácio, pensando no casamento a que os pais o obrigam, mas que ele recusa. Há uma grande festa. O príncipe chega a uma floresta encantada, à margem de um lago, e descobre um bando de cisnes, que na verdade são donzelas enfeitiçadas por um feiticeiro maligno, que tenta por todos os meios que o príncipe não descubra o segredo, pois as donzelas recuperam seu corpo ao amanhecer. O príncipe não consegue afastar-se e, quando elas mostram sua forma humana, apaixona-se por uma delas, Odette. Então fica sabendo que apenas uma promessa de amor eterno poderá quebrar o feitiço. Volta ao palácio, onde continua a festa do seu casamento, e aparece a filha do feiticeiro, que este fez passar pela figura de Odette. O príncipe, apaixona-se e pede-lhe que seja sua esposa. Ao selar-se o compromisso, Odette, desesperada, chama-o com seu pranto. Siegfried ouve-a e descobre a verdade, pois o encanto se desfez. Ele corre para o lago e, quando chega lá, encontra Odette em agonia e decide morrer junto com ela. Com a morte de ambos, o feitiço volta-se para o feiticeiro, que morre fulminado.
Dividido em cinco episódios, o balé começa com um longo canto de flauta, a que responde o resto da orquestra, onde se destacam as trompas. Depois as cordas terminam a exposição, sublinhadas pelas madeiras e os metais com uma escala descendente.
O segundo episodio é uma valsa, uma dança que Tchaikovsky utilizou com muita freqüência, inclusive como andamento em algumas sinfonias. A essa valsa segue-se a “Dança dos Cisnes”, o momento culminante do balé, no qual o príncipe e Odette se conhecem quando chega o amanhecer. Os instrumentos de sopro, madeira e metal vão marcando a dança com notas em staccato, e o fagote intervém como instrumento principal.
Na quarta cena, o violino entra como instrumento solista, acompanhado pela harpa, e desenvolve uma extensa melodia, quase virtuosística, com variações contínuas que sublinham acordes repetidos de instrumentos de madeira, enquanto as cordas descem em pizzicato. O último episódio, uma espécie de dança húngara, e o final são unidos. A dança tem um tema que diversos instrumentos sublinham de forma sincopada e um tanto burlesca, ainda que seja essencialmente exposta pelas cordas e instrumentos de madeira. No final, o oboé expõe o tema a solo num crescendo bastante estridente, um tanto em desacordo com o desenlace da história. É assim que termina o balé. É sem dúvida de qualidade bastante inferior a O Quebra-Nozes, ainda que, devido à vistosa coreografia de Petipa, tenha se tornado popular.
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