Um gnomo, catacumbas, um carro de boi, um velho castelo, a feira de Limoges, o Jardim das Tulherias ou a discussão entre o judeu rico e o pobre são os temas dessa suíte para piano escrita em junho de 1874 pelo compositor e militar russo Modest Mussorgsky. Ao visitar uma exposição póstuma de seu grande amigo, o pintor Viktor Hartmann – morto em 1873, aos 39 anos, vítima de aneurisma cerebral -, Mussorgsky escolheu dez das telas expostas em São Petersburgo como inspiração. Escreveu uma música para cada um dos quadros e uniu a composição por meio de um tema central e quatro intermezzi (variações sobre a mesma melodia) aos quais deu o nome de Promenade – “passeio”, em francês, que representa o trajeto dos visitantes pela mostra.
Quadros de uma Exposição foi composta na segunda metade do século 19, quando o piano ainda era bastante explorado como instrumento virtuosístico. Por sua organização diferenciada, a obra permaneceu praticamente ignorada por vários anos, embora compositores como o francês Claude Debussy tenham dedicado tempo considerável no estudo dessa suíte. Para a consagração da obra e popularidade póstuma de Mussorgsky, ela dependeu do apoio de outro russo, Sergei Koussevitzky, o maestro. Foi Koussevitzky, mestre do regente brasileiro Eleazar de Carvalho, quem encomendou ao francês Maurice Ravel uma nova orquestração para a peça. Sem conhecer as orquestrações concebidas pelo próprio Mussorgsky para a obra, Ravel criou, em 1922, sonoridades instrumentais precisas, bem acordadas com o espírito de cada um dos temas escritos para os quadros.
As peças de Quadros de uma Exposição foram compostas com significativa influência de temas folclóricos russos. Modest Mussorgsky, nascido em 1839, na vila de Karevo, era conhecido por integrar o movimento do Grupo dos Cinco (em russo, Mogutchaia Kutchka, ou seja, Grupo Poderoso), ao lado dos músicos Mily Balakirev, seu mestre, Aleksandr Borodin, César Cui e Nikolai Rimsky-Korsakov, cuja proposta nacionalista era criar uma identidade musical russa, de forma a “salvaguardar a pátria” da contaminação das escolas ocidentais, como, por exemplo, a ópera italiana. Na Escola Livre de Música, criada pelo próprio Balakirev, o Grupo dos Cinco tinha como missão ser uma oposição estilística ao ocidentalizante Conservatório de São Petersburgo, dirigido por Anton Rubinstein.
Após uma crise nervosa, em 1858 Mussorgsky – que teve sólida formação pianística, mas jamais se aprofundou nos estudos de teoria musical – abandonou a carreira militar na Academia de São Petersburgo. Deixou também o cargo de escrivão no Ministério das Comunicações. Com a morte da mãe, em 1865, tornou-se alcoólatra. Sua saúde física e mental ficou extremamente debilitada em pouquíssimo tempo. Um dos maiores nomes da música russa e precursor do modernismo morreu em 1881, uma semana depois de completar 42 anos.
Mussorgsky é um dos meus compositores favoritos e Quadros de uma Exposição é uma obra-prima que vale a pena ser escutada com atenção e com o coração e mente abertas. Boris Godunov é outra composição que adoro e que espero apresentá-la a vocês, leitores, em outro post. Fiquemos com um trecho de Quadros de uma Exposição:
Quadros de uma Exposição foi composta na segunda metade do século 19, quando o piano ainda era bastante explorado como instrumento virtuosístico. Por sua organização diferenciada, a obra permaneceu praticamente ignorada por vários anos, embora compositores como o francês Claude Debussy tenham dedicado tempo considerável no estudo dessa suíte. Para a consagração da obra e popularidade póstuma de Mussorgsky, ela dependeu do apoio de outro russo, Sergei Koussevitzky, o maestro. Foi Koussevitzky, mestre do regente brasileiro Eleazar de Carvalho, quem encomendou ao francês Maurice Ravel uma nova orquestração para a peça. Sem conhecer as orquestrações concebidas pelo próprio Mussorgsky para a obra, Ravel criou, em 1922, sonoridades instrumentais precisas, bem acordadas com o espírito de cada um dos temas escritos para os quadros.
As peças de Quadros de uma Exposição foram compostas com significativa influência de temas folclóricos russos. Modest Mussorgsky, nascido em 1839, na vila de Karevo, era conhecido por integrar o movimento do Grupo dos Cinco (em russo, Mogutchaia Kutchka, ou seja, Grupo Poderoso), ao lado dos músicos Mily Balakirev, seu mestre, Aleksandr Borodin, César Cui e Nikolai Rimsky-Korsakov, cuja proposta nacionalista era criar uma identidade musical russa, de forma a “salvaguardar a pátria” da contaminação das escolas ocidentais, como, por exemplo, a ópera italiana. Na Escola Livre de Música, criada pelo próprio Balakirev, o Grupo dos Cinco tinha como missão ser uma oposição estilística ao ocidentalizante Conservatório de São Petersburgo, dirigido por Anton Rubinstein.
Após uma crise nervosa, em 1858 Mussorgsky – que teve sólida formação pianística, mas jamais se aprofundou nos estudos de teoria musical – abandonou a carreira militar na Academia de São Petersburgo. Deixou também o cargo de escrivão no Ministério das Comunicações. Com a morte da mãe, em 1865, tornou-se alcoólatra. Sua saúde física e mental ficou extremamente debilitada em pouquíssimo tempo. Um dos maiores nomes da música russa e precursor do modernismo morreu em 1881, uma semana depois de completar 42 anos.
Mussorgsky é um dos meus compositores favoritos e Quadros de uma Exposição é uma obra-prima que vale a pena ser escutada com atenção e com o coração e mente abertas. Boris Godunov é outra composição que adoro e que espero apresentá-la a vocês, leitores, em outro post. Fiquemos com um trecho de Quadros de uma Exposição:
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