Elgar foi o músico que melhor representou os derradeiros momentos de esplendor do Império Britânico. Sua música exibe um forte caráter nacional, resultado do mergulho do compositor nas paisagens, nas canções e no perfume tão específico do campo inglês. Onde, aliás, ele nasceu: na pequena Broadheath, próximo de Worcester, no centro geográfico do país.
Edward Elgar nasceu em um ambiente musical. Seu pai era afinador de pianos e tinha uma loja de instrumentos. Nesse espaço cheio de pianos, violinos e violoncelos, Elgar ainda criança, iniciou seus estudos como autodidata. Somente aos 15 anos, decidiu estudar música de forma mais séria, aprendendo violino e piano. Como violinista, trabalhou pessoalmente com Dvorák, que muito o impressionou e veio a influenciá-lo em sua escrita. Como excelente músico que era, foi convidado a ensinar música e se tornou chefe de banda de alguns grupos de sua cidade.
Apesar de ser respeitado como músico e professor, Elgar conheceu o sucesso como compositor somente aos 42 anos, com a peça que, particularmente, me agrada muito: As Variações Enigma. Trata-se de seu primeiro grande trabalho para orquestra. Suas obras subseqüentes despertaram natural interesse, mas o sucesso alcançado por Enigma se repetiria somente com as marchas Pomp and Circunstance e com o Concerto para Violoncelo e Orquestra, composto pouco antes de sua morte e um dos mais belos do gênero.
As Variações Enigma retratam a mulher de Elgar, os amigos e Dan, seu amado cão, além de um autorretrato. A palavra enigma se justifica de duas maneiras. A primeira: o tema de seis compassos em sol menor enunciado apenas pelas cordas, seguido de quatro compassos em sol maior, é considerado como o contraponto de uma melodia muito conhecida. Entre as inúmeras alternativas imaginadas, o God Save the Queen, o hino nacional inglês, seria a tal melodia misteriosa. Mas o enigma jamais foi resolvido. O segundo uso do termo se refere às 14 variações. Cada uma delas é dedicada, por iniciais ou pseudônimo, a um amigo ou parentes próximos. No frontispício da partitura, está escrito: “Aos meus amigos que nela estão retratados”.
Com melodias elegantes, orquestração rica e cuidadosa, harmonia avançada, mas sem ser revolucionária, Elgar soube, como poucos, retratar na música as características de seu país e de si próprio. A alma e o humor de suas obras, a perfeição de suas formas, a serenidade de seu discurso exigem de quem as recria um ponto de equilíbrio para que o som flua naturalmente. Para quem escuta, é sempre um momento de prazer e encanto.
Engrandeu mais o meu curto conhecimento sobre música clássica, Aline. Eu sei que não tem nada a ver mas quando puder escreve alguma coisa sobre Black Sabbath, Led Zepellin, AC/DC, sobre o próprio Ozzy. EU SEI. Me empolguei, beijos.
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