quarta-feira, 31 de março de 2010

Uma vez Rei, sempre Rei

No dia 5 de julho de 1954, considerado o "marco zero" do rock, Elvis ensaiava algumas canções , até que, em um momento de descontração, de forma improvisada, começou a cantar "That's All Right, Mama", provocando em Sam Phillips, produtor musical, um grande entusiasmo. Surgia então o rock'n and roll.

Elvis Aaron Presley ou O Rei do Rock e também conhecido por Elvis The Pelvis, apelido pelo qual ficou conhecido na década de 50 por sua maneira extravagante e ousada de dançar, foi um dos maiores ícones da cultura popular mundial do século XX. Uma de suas maiores virtudes era a sua voz, devido ao seu alcance vocal, que atingia, segundo especialistas, notas musicais de difícil alcance para um cantor popular. A crítica especializada reconhece seu expressivo ganho, em extensão, com a maturidade; além de virtuoso senso rítmico, força interpretativa e um timbre de voz que o destacava entre os cantores populares, sendo avaliado como um dos maiores e por outros como o melhor cantor popular do século 20.

Com um som e estilo que, uníssonos, sintetizavam suas diversas influências, ameaçavam a sociedade conservadora e repressiva da época e desafiavam os preconceitos múltiplos daqueles anos, Elvis fundou uma nova era e estética em música e cultura populares, consideradas, hoje, "cults" e primordiais, mundialmente. Suas canções e álbuns transformam-se em enormes sucessos e alavancaram vendas recordes em todo o mundo. Elvis tornou-se o primeiro "mega star" da música popular, inclusive em termos de marketing. Muitos postulam que essa revolução chamada rock, da qual Elvis foi emblemático, teria sido a última grande revolução cultural do século XX; já que, as bandas, cantores e compositores que surgiram nas décadas seguintes - e fizeram muito sucesso, foram influenciados, de alguma maneira, direta ou indiretamente por Elvis. O preço do pioneirismo transformador, entretanto, é altíssimo. Elvis foi implacavelmente perseguido pelos múltiplos segmentos reacionários estadunidenses e por todas as etnias. Os brancos, achavam-no vulgar. Já os negros, achavam que por ser uma música de origem negra, nenhum branco deveria representá-la e divulgá-la. Elvis, em verdade, foi perseguido e tornou-se vítima de muitos preconceitos. Muitos de seus admiradores postulam que somente o seu talento e perseverança o mantiveram "vivo" até os dias atuais.

A morte de Elvis Presley no dia de 16 de agosto de 1977, causada por colapso fulminante associado à disfunção cardíaca, surpreendeu o mundo, provocando comoção como poucas vezes fora vista em nossa cultura; inclusive no Brasil. Os fãs se aglomeraram em frente a mansão do cantor. As linhas telefônicas de Memphis estavam tão congestionadas que a companhia telefônica pediu aos residentes para não usarem o telefone a não ser em caso de emergência. As floriculturas venderam todas as flores em estoque. O velório aconteceu no dia 17. Alguns, dos milhares de fãs, puderam ver o caixão por aproximadamente 4 horas.
Depois de seu falecimento, vários acontecimentos tornaram Elvis Presley ainda mais famoso e memorável; conseqüentemente, mais pessoas tornaram-se fãs de sua obra. Posto o ídolo, inaugurou-se o mito, eterno, redentor e fonte inesgotável de idealizações. Seu sucesso foi, e ainda é, astronômico! Em 1979 foi realizado o primeiro filme biográfico, para a TV, chamado "Elvis"; no Brasil, intitulado "Elvis Não Morreu", interpretado por Kurt Russell. Em 1981, produziu-se um documentário denominado This is Elvis; no Brasil, "Elvis o Ídolo Imortal".
Trinta anos depois de morrer, Presley ainda é o artista solo detentor do maior número de "hits" nas paradas mundiais e também é um dos maiores recordistas mundiais em vendas de discos em todos os tempos com mais de 1 bilhão de discos vendidos em todo o mundo.

Entre seus sucessos musicais podemos destacar: "Hound Dog", "Don't Be Cruel", "Love me Tender", "All Shook up", "Teddy Bear", "Jailhouse Rock", "It's Now Or Never", "Can´t Help Falling In Love", "Surrender", "Crying In The Chapel", "Mystery Train", "In The Ghetto", "Suspicious Minds", "Don't Cry Daddy", "The Wonder Of You", "An American Trilogy", "Burning Love", "My Boy" e "Moody Blue". Particulamente no Brasil, foram bem-sucedidas as canções "Kiss Me Quick", "Bossa Nova Baby", "Bridge Over Troubled Water" e “Only You” que podemos escutar no vídeo abaixo:


Para saber mais sobre o Rei, você pode visitar o site oficial do cantor: http://www.elvis.com/

terça-feira, 30 de março de 2010

"Teu paletó enlaça o meu vestido"

Na voz de Chico Buarque e Telma Costa, Eu Te Amo foi lançada em 1980 trazendo de volta, em grande estilo, a predominância do lirismo, que marcara a obra do compositor antes de sua fase mais claramente política, ao longo da década de 70. Chico se distancia dos temas sociais e envereda por canções nas quais uma mistura de encantamento e desilusão, amorosa e existencial, prevalece.

Como aponta o jornalista Fernando de Barros e Silva, no livro Chico Buarque, o lirismo renovado do compositor aparece agora aliado a uma "ironia mais aguda, que não poupa nada nem ninguém, muito menos a si mesmo". Eu Te Amo, "uma das mais belas canções de amor da música brasileira", como escreveu o jornalista Sérgio Vaz, no Jornal da Tarde, amarga o fim de um grande amor, sem esperança de recomeço, mas com apego a lembranças carregadas de erotismo: "Se nós, nas travessuras das noites eternas/ Já confundimos tanto nossas pernas/ Diz com que pernas eu devo seguir".

No dueto da gravação original, o canto agudo de Telma é pontuado pelo timbre despojado de Chico, servindo de âncora ao longo da canção que foi a grande estrela musical do filme Eu Te Amo, de Arnaldo Jabor, lançado em 1981. A alquimia entre os intérpretes intensifica o efeito cortante dos versos, que combinam a memória do amor com a dor da separação: "Se entornaste a nossa sorte pelo chão/ Se na bagunça do teu coração/ Meu sangue errou de veia e se perdeu".

Enfim, vocês podem ouvir esta belíssima canção no vídeo abaixo:



Música dedicada ao...

segunda-feira, 29 de março de 2010

Vamos dançar kizomba?

A lambada escandalizou em sua época pela dança sugestiva, de forte insinuação sexual. Entre os jovens, o ritmo teve sucesso absoluto, e a lambada acabou virando novela - e até filme. Outra dança sensual que segue a vertente da lambada é a kizomba - com a diferença de ter vindo do outro lado do atlântico - da África, mais especificamente de Angola.

A kizomba é um gênero musical e de dança angolano, nascido no final da década de 70. Ela é uma mistura de outros ritmos, como o semba e o zouk. O semba é um ritmo africano tradicional; a kizomba veio apimentar as coisas.

O ritmo é lento, mas muito insinuante. O casal dança em movimentos bem excitantes, suaves, sugestivos. As letras das músicas falam de temas recorrentes em estilos assim: paixão, ciúmes, traições. A música tem a percussão como base, e usa um tambor grave chamado surdo. O chimbau, ou prato de choque, também auxilia na construção melódica da kizomba.

É fácil encontrar músicas de kizomba cantadas não só em português, mas também em crioulo e francês. O ritmo é bastante popular não só em Angola, mas também em países próximos, como Cabo Verde.

Trago pra vocês "Nta amabo", kizomba cantada em crioulo pela caboverdeana Neuza, uma das estrelas do gênero em seu país:




Conheça uma loja virtual dedicada exclusivamente à kizomba

Amália é o fado

A melancolia é o combustível do fado, estilo português que floresceu em Lisboa. O fadista canta sozinho, acompanhado apenas por um violão clássico (que os portugueses chamam de "viola") e uma guitarra portuguesa, instrumento descendente da cítara medieval.

Portugal, por ser a terra do fado, tem vários artistas de primeiríssima qualidade que cantam o estilo em suas mais diversas vertentes. Atualmente, fadistas como Dulce Pontes e Mariza, por exemplo, são ícones nacionais da música popular, e trabalham o fado tradicional e contemporâneo com absoluta maestria.

Todo estilo tem sua lenda, e se há um ícone do fado ele se chama Amália Rodrigues. Cantando a poesia portuguesa com toda sua dor e amor, Amália foi a primeira embaixadora internacional da música tradicional de seu país.

Amália da Piedade Rodrigues nasceu em Lisboa em 1º de julho de 1920. Filha de uma família pobre, Amália teve uma infância difícil, e desde cedo teve de trabalhar para ajudar os pais. Ela cantava desde menina, mas por ser muito tímida se apresentava apenas para a avó, e quando muito para os vizinhos, que pediam para escutá-la cantar.
Aos 9 anos, a avó mandou Amália para a escola, mas aos 12 ela abandonou os estudos por falta de condições financeiras. Nessa época, ela começou a trabalhar como bordadeira, engomadeira e vendedora de frutas em feiras.

Aos 15 anos, depois da insistência de amigos, Amália se inscreveu em um concurso de caça-talentos chamado Concurso de Primavera, em que se disputava o título de Rainha do Fado. A competição acabou não se realizando já que, quando as outras candidatas ouviam a voz de Amália, não queriam mais disputar com ela.

A carreira de Amália começou, efetivamente, em 1940, quando estreou como atriz em uma peça teatral. Nessa época ela se casou pela primeira vez, com Francisco da Cruz, um guitarrista amador. Em 1944, aos 24 anos, Amália veio ao Brasil para se apresentar no Rio de Janeiro. Seus shows foram sucessos absolutos, e ela acabou ficando mais do que o previsto. Foi no Rio que um de seus compositores favoritos, Frederico Valério, compôs um dos clássicos do fado, a canção "Ai, Mouraria".

Em 1947 Amália estreia no cinema, com o filme "Capas negras", um dos longa-metragens mais vistos em Portugal, até hoje. Foi em 1950 que Amália internacionalizou-se. Começou a fazer turnês pela Inglaterra, França, Espanha, países da ex-união soviética e EUA. Nesse período, além de fados, Amália também gravou várias canções de flamenco. Em 1961, Amália casou-se pela segunda vez, com o engenheiro brasileiro César Seabra, com quem viveu até a morte deste, em 1997.

Na década de 90, consagrada como "rainha do fado" após mais de 50 anos de carreira, Amália recebeu várias homenagens em seu país e no exterior. Na França, ela ganhou do presidente François Mitterrand a condecoração da Légion d'Honneur. Em 1997, é editado o último disco de Amália com músicas inéditas gravadas entre 1965 e 1975.

Amália faleceu na manhã de 6 de outubro de 1999, repentinamente. Ela tinha 79 anos. Seu corpo está enterrado no Panteão Nacional, em Lisboa, onde repousam os restos mortais de vários ícones da nacionalidade portuguesa.

Trago pra vocês um dos clássicos do fado na voz de Amália: "Gaivota":



Para saber mais sobre Amália Rodrigues, acesse o site

sábado, 27 de março de 2010

Eterna anja azul

No dia 27 de dezembro de 1901 em Schöneberg, um distrito de Berlim, Alemanha, nascia uma menina que mais tarde brilharia como atriz, cantora e que tinha uma personalidade tão forte que acabaria também quebrando tabus. Ela foi a primeira mulher a usar calças publicamente, nos anos 1920.

Marlene Dietrich, nome artístico de Marie Magdelene Dietrich von Losch, estreou no teatro aos vinte e três anos de idade e depois começou a participar de filmes mudos. Depois de cinco anos de carreira apagada, ela foi descoberta pelo diretor austríaco Josef von Sternberg, que a convidou para protagonizar o filme O Anjo Azul de 1930, baseado no romance de Heinrich Mann, Professor Unrat. Marlene viveu a cantora de cabaré Lola Lola, personagem que marcou o nascimento de um mito. Von Sternberg transformou a jovem roliça num ser esbelto, misterioso e um pouco andrógino, características que ela cultivou ao longo de sua carreira de atriz e cantora.

Foi o primeiro dos sete filmes nos quais Marlene Dietrich e Josef von Sternberg trabalharam juntos. Os demais foram Marrocos (1930), Desonrada (1931), O Expresso de Shangai (1932), A Vênus Loira (1932), A Imperatriz Galante (1934) e Mulher Satânica (1935). Depois de trabalhar com von Sternberg, ela foi foi para Hollywood, onde trabalhou em filmes mais profundos e mais marcantes.

Em 1936, a atriz, anti-nazista convicta, recusou o convite de Joseph Goebbels, ministro da Propaganda do 3º Reich, para retornar à Alemanha, onde cada filme rodado lhe renderia uma fortuna. Mas Dietrich continuou nos EUA, trabalhando com diretores como Ernst Lubitsch, Billy Wilder, Alfred Hitchcock, Orson Welles e Fritz Lang, e em 1939 tornou-se cidadã americana. Durante a Segunda Guerra, engajou-se na luta contra Hitler apresentando-se para as tropas americanas no front no norte da África e na Itália, auxiliando em hospitais e através de gravações radiofônicas. Na época ela também incluiu em seu repertório a famosa canção "Lili Marleen", que a acompanharia até o final de sua vida. Por seu engajamento durante a Guerra, a atriz recebeu condecorações dos EUA, França e Israel. Mas na Alemanha, muitos não a perdoaram pelo fato de ela retornar ao país em ruínas vestindo um uniforme americano. Em 1960, numa última visita a Berlim para uma apresentação, houve demonstrações de protesto, e manifestantes portavam faixas com os dizeres "Marlene, vá embora!". Ela viveu com esta mágoa, mas ainda assim manifestou o desejo de ser sepultada em sua cidade natal.

De 1922 a 1978, Marlene Dietrich atuou em 55 filmes. No meio tempo ela deu início à sua igualmente bem-sucedida carreira de cantora. Sua voz rouca e sensual deleitou platéias em todos os continentes, fosse em Nova York, Londres, Moscou, Tóquio, Jerusalém ou no Rio de Janeiro, onde se apresentou em 1959. Em 1975, Marlene teve que parar de cantar quando quebrou o fêmur ao cair no palco em Sidney, na Austrália. A partir de 1976 a diva viveu reclusa em Paris, e em 1978 aceitou um último papel no cinema, no filme Apenas um Gigolô. Em 1983 Marlene Dietrich autorizou Maximilian Schell a realizar o documentário Marlene, com recortes de seus filmes e ao qual ela emprestou somente sua voz, em longas entrevistas com o diretor. Ela morreu em 6 de maio de 1992, em Paris, e foi sepultada em Berlim.




Para saber mais sobre Marlene Dietrich, você pode visitar o site oficial da diva: http//www.marlene.com/


sexta-feira, 26 de março de 2010

Valsa, uma música familiar


Um, dois, três... Um, dois, três... E roda, roda...

É a valsa, num ritmo de três tempos. Ela envolve o casal num turbilhão de apenas alguns minutos que parece uma eternidade, tamanho o prazer que sentem os dois juntinhos, abraçados, flertando, sussurrando coisas de amor. Valsa é sinônimo de paixão. Um fascínio que permanece até hoje. Afinal, abrindo toda festa de casamento que se preze, ao casal de noivos cabe a primeira valsa, uma espécie de declaração pública de amor que os une.

A valsa se tornou um êxito sem precedentes na vida musical europeia das primeiras décadas do século 19. No entanto, quando surgiu como um tsunami na Viena dos anos 1820, o gênero foi considerado indecente, imoral e até prejudicial à saúde. A valsa foi, de fato, a primeira música verdadeiramente popular. E o responsável pela façanha não foi um homem apenas, mas uma família. A família Strauss.

Johann Strauss pai, nascido em uma modesta família de cabaré, teve uma vida breve mas aproveitou bem o tempo e criou sua própria orquestra, com a qual difundiu suas valsas. Aos vinte anos, teve seu primeiro filho, ao qual deu seu nome e que ficou ainda mais famoso que ele. O pai não queria que o menino se tornasse músico profissional, mas permitiu-lhe estudar piano, com a condição de que completasse seus estudos para se empregar em um banco.Mas o menino cresceu, enfrentou o pai e logo montou sua própria orquestra, tornando-se dessa maneira seu concorrente.

Rei morto, rei posto. Após a morte do pai, Johann Strauss II coroou-se de imadiato como o novo rei da valsa. Chamou a si as duas orquetras e saiu para conquistar a Europa. Pouco a pouco, foram incorporando-se à orquestra os outros irmãos: primeiro, Joseph e, muito mais tarde, Eduard, que nunca alcançaram o sucesso do irmão mais velho.

Johann II acrescentou pitadas de sofisticação à valsa, levando-a ao clímax, sem desconectá-la de suas raízes populares. Ele foi o mais fértil da família. Compôs 498 valsas, uma delas eterna, Danúbio Azul , que você pode ouvir no vídeo abaixo:

quinta-feira, 25 de março de 2010

A rainha das novelas

Laura Pausini começou sua carreira quando tinha apenas oito anos de idade influenciada principalmente pelo pai, Fabrizio Pausini,que era músico e cantor. Mas a italiana obteve projeção mundial após ter vencido o Festival de Sanremo em 1993, com a música "La Solitudine" que fora dedicada para o seu grande amor na época "Marco". A canção, inclusive, já foi regravada por muitos cantores e cantoras como, por exemplo, Renato Russo que também regravou outros sucessos da italiana: Strani Amori, Scrivimi, Non c' è, Incancellabile.

Hoje, Laura é considerada uma das maiores cantores de música pop/rock italianas. É popular não apenas em seu país de origem, mas também em diversos outros como Espanha, França, Brasil, México e Portugal, além de outros paises da Europa e da América Latina também. Laura já gravou em italiano, espanhol, português, francês e inglês. Ela além de cantar, compõe e produz arranjos para as suas músicas. Ou seja, é uma artista polivalente.

Laura Pausini deve grande parte da sua popularidade e reconhecimento, às novelas. Várias de suas canções já foram temas de personagens e histórias, principalmente, em novelas brasileiras e mexicanas. Fez uma breve atuação na novela mexicana A Madrasta, cantando a música "Víveme", que era tema principal da trama. Laura também interpreta o tema de abertura da novela mexicana Amar Sin Limites com "Dispárame, Dispára". Em 2008, Laura interpretou novamente uma trilha espanhola na telenovela mexicana En Nombre del Amor. Curiosamente, interpretara a Música "En Cambio No" de seu novo álbum Primavera Anticipada. No Brasil, as músicas de Laura também foram temas de diversas novelas, tais como "La solitudine", "Incancelabille", "Due inamoratti come noi", "In assenza di te", "Speranza", "Seamisai", etc.

Além disso, teve participações com "One more time" como trilha sonora do filme "Uma Carta de Amor", "The extra mille" de "Pokémon, o filme" e o primeiro filme produzido pelos estúdios Disney na Itália, "Salvatore - Questa è la Vita", com a música "Come Il Sole All'Improviso" como tema principal. Em 2009, a música "Belissimo Cosi" é selecionada como tema de abertura da novela Poder Paralelo da Rede Record e "Invece No" na trilha sonora da novela Caras e Bocas, da Rede Globo.

Ouça, no vídeo abaixo, uma de suas melhores canções "Strani Amori":



Se quiserem saber mais sobre Laura Pausini, vocês podem acessar o site oficial da cantora: http://www.laurapausini.com/

domingo, 21 de março de 2010

O poeta do Mar Negro

Há vozes inesquecíveis. Elas são frutos de timbres particulares, mas também do poder interpretativo dos artistas. Uma das vozes que nunca vou esquecer é a de Volkan Konak. A força e a emoção de sua voz me fazem sentir cada uma das palavras de suas canções.

Konak nasceu em Hacevara, na Turquia, em 27 de fevereiro de 1967. Ele é mestre em sociologia, e também estudou no Conservatório de Música de Istambul. Ele começou sua carreira como cantor e compositor em 1987. Por suas canções, Konak já recebeu vários prêmios, como o título de melhor cantor folk da Turquia e melhor artista em 2004 pela Associação Turca de Jornalistas.

A música de Volkan Konak tem raiz étnica, e presta homenagem sobretudo aos turcos do norte, região banhada pelo Mar Negro. Vale lembrar que a música dos Bálcãs é muito peculiar e rica, propondo misturas alegres, mas também melancólicas, de ritmos influenciados pelas heranças otomana, eslava e cigana.

Após o desastre nuclear de Chernobyl, na Ucrânia (que chegou a atingir também a costa do Mar Negro), Konak dedicou várias composições à conscientização de seus ouvintes sobre as consequências do desastre para as áreas e as pessoas afetadas. Uma das belas canções em homenagem às vítimas de Chernobyl é "Gardaş". Confira:



Para saber mais sobre Volkan Konak, acesso seu site oficial (em turco)

quinta-feira, 18 de março de 2010

O romântico

Um dos ícones da música romântica nacional está hoje em Fortaleza para apresentar os sucessos de seu CD "Romântico". Em única apresentação nesta quinta-feira, 18, Fábio Júnior vai reviver alguns dos clássicos de sua carreira, que fizeram parte de trilhas sonoras de telenovelas e embalaram os corações dos apaixonados.

Fábio começou na música tocando com os irmãos em grupos como Os Colegiais, Os Namorados, Bossa 4 e Arco-Íris. Mais tarde (em 1971) se lançou em carreira solo gravando canções em inglês (com pseudônimos como Uncle Jack e Mark Davis, sendo que como o último teve um hit, "Don't Let Me Cry", de 1973).

Ainda na década de 70, Fábio lançou sua carreira como ator. Fez telenovelas de grande sucesso, como "Água Viva" e "Cabocla", ambas da Rede Globo. Ele está sem atuar em novelas desde 1998, quando fez "Corpo dourado".

Entre seus sucessos na música, estão "Quando gira o mundo", "Pai" e "Alma gêmea", tema de novela de mesmo nome produzida pela Rede Globo.

A abertura do show que Fábio fará hoje em Fortaleza fica por conta do cantor Luiz Marcelo e do DJ Silvio de Paula.


SERVIÇO

Show do cantor paulista Fábio Júnior
A partir das 21 horas, no Siará Hall
Avenida Washington Soares, 3199, Edson Queiroz)
Preços dos ingressos individuais: R$ 30 (pista), R$ 100 (camarote - segundo piso) e R$ 140 (camarote - primeiro piso).
Outras informações: 3452 0800.

Veja no mapa abaixo a localização da casa de shows:

segunda-feira, 15 de março de 2010

Volver a Mercedes

Em 2009, a artista conhecida como "a voz dos sem voz" da América se calou. Mercedes Sosa partiu em 04 de outubro, mas sua arte continua entre nós, imortalizada em seus discos e em suas maravilhosas canções.

Mercedes nasceu em San Miguel de Tucumán, noroeste da Argentina. Sua ascendência era mestiça (francesa e indígena do grupo quechua). Na década de 1960, "la negra", como era conhecida, participou do Movimento musical "Novo Cancioneiro", surgido em Mendoza e centrado na música popular latino-americana, com ênfase no componente social. Esse foi o estilo que influenciou toda sua obra: o protesto, a ideologia de combate aos imperialismos e às desigualdades sociais, e, sobretudo, a luta pela unificação dos países latino-americanos. Sua música foi enraizada em influências africanas, cubanas, andinas e espanholas.

Após a ascensão da junta militar do general Jorge Videla, em 1976, a atmosfera na Argentina tornou-se cada vez mais opressiva. Sosa, que era uma conhecida ativista do peronismo de esquerda, foi presa no palco durante um concerto em La Plata em 1979, juntamente com seu público. Banida em seu próprio país, ela se refugiou em Paris e depois em Madri. Sosa retornou à Argentina em 1982, meses antes do colapso do regime ditatorial.

Sosa morreu aos 74 anos de idade, por complicações renais. A cantora havia trabalhado intensamente até poucas semanas antes de sua morte. Em 2008, havia dito que continuaria cantando "até os últimos dias", como uma cigarra. Sua morte repercutiu em todo mundo.

A cantora gravou com vários artistas argentinos e estrangeiros, como Chico Buarque, Nana Moskouri e Pablo Milanés. Um dos clássicos de seu rico repertório é "Volver a los 17", gravado com Milton Nascimento, Caetano Velloso, Gal Costa e Chico. Outra canção imortalizada em sua voz é "Alfonsina y el mar", que já foi regravada por vários artistas, dentre eles a portuguesa Cristina Branco. Uma canção lindíssima, inspirada na história real de uma poetisa que resolve suicidar-se.

Com vocês, um clássico da música latino-americana eternizado por Mercedes: "Gracias a la vida". Atentem para a letra. É maravilhosa.


Para saber mais sobre esse ícone da música argentina, acesse o site

Simplesmente Maria Callas


Já foi uma personagem trágica da mitologia grega, uma mulher apaixonada que vê seu amado sendo assassinado na sua frente, uma cigana que usava seus talentos de dança e canto para enfeitiçar e seduzir vários homens e foi até mesmo uma prostituta parisiense. Medea, Tosca, Carmen, Violetta, Norma, Lucia, Gioconda, Amina ou simplesmete, Maria Callas.

Poucas cantoras foram tão aclamadas como foi Maria Callas. Considerada a maior celebridade da Ópera no século XX e a maior soprano de todos os tempos, Callas possuía uma voz poderosa que, embora não se destacasse pela beleza do timbre, possuía amplitude fora do comum. Mas o que fez Maria Callas entrar mesmo para a história da ópera foi suas inigualáveis habilidades cênicas. Levando à perfeição a habilidade de alterar a "cor" da voz com o objetivo de expressar emoções, e explorando cada oportunidade de representar no palco as minúcias psicológicas de suas personagens, Callas mostrou que era possível imprimir dramaticidade mesmo em papéis que exigiam grande virtuosismo vocal por parte do intérprete - o que usualmente significava, entre as grandes divas da época, privilegiar o canto em detrimento da cena.

Muitos consideram que seu estilo de interpretação imprimiu uma revolução sem precendentes na ópera. Segundo este ponto de vista, Callas seria tributária da importância que assumiram contemporaneamente os aspectos cênicos das montagens. Em particular, é claramente perceptível desde a segunda metade do século XX uma tendência entre os cantores em favor da valorização de sua formação dramatúrgica e de sua figura cênica. Em última análise, esta tendência foi responsável pelo surgimento de toda uma geração de sopranos que, graças às suas habilidades de palco, poderiam ser considerados legítimos herdeiros de Callas, tais como Joan Sutherland ou Renata Scotto.

No vídeo abaixo, vocês podem ouvir Maria Callas cantanto a ópera Carmen, obra-prima do compositor francês Bizet.


domingo, 14 de março de 2010

Pimentinha do Brasil

Uma mulher de estatura pequena mas com uma voz tão forte que se tornou inalcançável e que se projeta além de tudo. Cantou canções que embora não tenham sido escritas do seu punho, significaram toda a sua vida trazendo suas alegrias, infortúnios, momentos históricos que marcaram todo um povo, que os caracterizava e que, ás vezes, os mostrava como gloriosos e/ou inglórios.

A gaúcha Elis Regina, deixou sua marca brilhante na música popular brasileira e até hoje é lembrada por suas interpretações marcadas por uma emoção intensa ao cantar cada canção que ela escolhia a dedo. Depois de 28 anos de sua morte, Elis ainda é considerada a maior cantora brasileira.

Elis Regina Carvalho Costa, começou sua carreira em 1960 quando foi contratada pela Rádio Gaúcha, e em 1961 gravou o primeiro disco, Viva a Brotolândia. Lançou ainda mais três discos, enquanto morava no Rio Grande do Sul. Depois disso, Elis foi contratada pela TV Rio para participar do programa Noites de Gala. A partir daí, a vida da Pimentinha, apelido que ganhou por causa de sua forte e difícil personalidade, mudou completamente.

Participou de diversos programas de televisão, gravou 28 discos e fez inúmeros sucessos consagrados como: Arrastão, Canção do sal, Redescobrir, Aprendendo a jogar, Casa no campo, Fascinação, Maria Maria, Romaria, Cartomante, Corcovado, Upa, neguinho!, O Bêbado e a Equilibrista, Aquarela do Brasil, Águas de março, Retrato em preto e branco, Alô, Alô Marciano, Dinorah Dinorah, Canção da América, Travessia, Saudosa maloca, Me Deixas Louca, Aviso aos Navegantes, Folhas Secas, O mestre-sala dos mares, Bala com Bala, Tiro ao Álvaro, Iracema, Aquele Abraço, Como Nossos Pais, Doente Morena, Ensaio Geral, Fechado para Balanço, Ladeira da Preguiça, Louvação, No Dia em que Eu Vim Embora, Meio de Campo, O Compositor Me Disse, Gracias a la vida, Oriente, Rebento, Roda, Se Eu Quiser Falar com Deus, Viramundo, dentre muitos outros.

Muitas canções de amor fizeram parte do seu repertório, mas marcaram também músicas que falavam do Brasil, do povo brasileiro, de nossa história com seus tempos sombrios e bravios, esperanças, conquistas, perdas e reconquistas, qualidades e defeitos; enfim, Elis cantou o que havia de melhor e de pior da alma e da terra de um povo que nunca pára de lutar e que ainda têm muito o que aprender e desenvolver. E isso tudo, com muita coragem e sentimentos verdadeiros.

Em homenagem à Elis Regina e também ao Brasil, ouça "O Bebado e A Equilibrista" no vídeo abaixo.

sexta-feira, 12 de março de 2010

O folk é pop

Há estilos musicais que fazem nascer verdadeiras indústrias. É o caso do forró eletrônico e do tecno-brega no nordeste do Brasil, e da kizomba em Angola. O mercado musical em estilos como esses é tão próspero que cria categorias de cantores, gravadoras, etc. à parte dos demais. Aqui no Brasil não podemos dizer que existe um potencial mercado consumidor em massa para ritmos como samba ou bossa nova. Mas estilos como o já citado forró eletrônico e o calypso, por exemplos, são comercialmente muito bem sucedidos, e a indústria lança novas bandas e músicas praticamente todo mês.

É o caso do pop-folk no leste europeu. Um verdadeiro fenômeno. A mistura de elementos da música oriental, cigana, eletrônica e do pop norte-americano produz cantoras e cantores muito diferentes da tradição musical eslava. Elas (sobretudo) são cópias, reproduções do "bombante" pop ocidental: sedutoras, dançantes, siliconadas, inteiramente produzidas em estúdio. Jovens artistas oriundos de países de cultura conservadora se travestem com um pseudo "sex appeal" americano, em clips de alto teor sexual.

A indústria do pop-folk é florescente em países como Romênia, Bulgária e Turquia. Na Bulgária, o gênero também é conhecido como "chalga". Para os mais velhos, é um estilo fútil e vulgar. Para os mais jovens, a última moda. As músicas falam de encontros, paixões, traição, "dor de cotovelo" e os clips sempre têm moças muito bonitas que se insinuam o tempo inteiro.

Confira um clip de Preslava, uma das estrelas do pop-folk búlgaro:



A BBC fez uma pequena matéria (em inglês) sobre o pop-folk em um clube de Sofia, capital da Bulgária.

Uma loja virtual inteiramente voltada ao pop-folk búlgaro (em inglês)

quarta-feira, 10 de março de 2010

All we need are the Beatles

Posso fazer uma pergunta para vocês, internautas deste mundo? Mas vou logo avisando, é uma questão complicadíssima, coisa que ninguém sabe. Então, posso? Qual é a banda mais famosa de todos os tempos? Se arriscam? Pois é, THE BEATLES!

Qual foi a alma deste mundo (na verdade, se tal alma existir, não é desse mundo) que já não ouviu falar dos quatro rapazes de Liverpool? Acho que ninguém desconhece o paradeiro desses meninos que arrancaram gritos frenéticos e desesperados de fãs do Brasil até a China.

John Lennon, George Harrison, Paul McCartney e Ringo Starr saíram da cidade de Liverpool, na Inglaterra, para ganhar fama, popularidade e notoriedade até hoje inéditas para uma banda musical, e se tornaram a banda de maior sucesso e influência do século XX.

Canções como "Love me do", "She loves you", "I want to hold your hand", "Help!", "Yesterday", "Yellow submarine", "Penny Lane", "All you need is love", "Hey Jude", "Let it be" e muitas, muitas, muitas outras que tanto fizeram a cabeça de crianças, adolescentes e adultos desde a década de 60 até os dias de hoje, fazem parte do enorme repertório de sucessos da banda inglesa.

Os principais compositores dos Beatles foram John Lennon e Paul McCartney que formaram uma das parcerias mais bem-sucedidas da música. Algum tempo depois, o guitarrista George Harrison também tentou compor e escreveu algumas das mais belas canções do grupo como "Something", "Here comes the sun" e "I need you". Apenas Ringo Starr, o baterista, não compôs.

Atualmente, só existem dois Beatles vivos: Paul McCartney e Ringo Starr. John Lennon foi assassinado, em 1980, quando voltava para seu apartamento em Nova Iorque, Estados Unidos, por Mark David Chapman, que tinha lhe pedido um autógrafo poucas horas antes de matar com cinco tiros o ex-beatle. Já George Harrison faleceu em 2001 depois de contrair câncer no pulmão.

Apesar dos Beatles não existirem mais, a beatlemania continua firme e forte passando de geração para geração porque quando a qualidade é excessiva, o artista torna-se imortal e isso, meus amigos, os Beatles são.

Agora fique com uma das melhores canções dos Beatles: "Help!".

terça-feira, 9 de março de 2010

"Voz de veludo" nigeriana

Depois de um certo tempo, algumas lembranças ficam guardadas na memória de cada um de nós. Normalmente, essas recordações são de momentos com a família, amigos, ídolos e heróis. Acho que todos são assim ou pelo menos, a maioria é. Bem, quero compartilhar uma boa lembrança que guardei de um certo momento da minha infância.

Poucas pessoas a conhecem, mas muitas já ouviram, pelo menos uma vez, uma de suas canções. Estou falando da cantora nigeriana Helen Folasade Adu, mais conhecida como Sade Adu. Ela tem uma música chamada "By Your Side" que além de ter uma letra muito bonita, o clipe é absolutamente maravilhoso, parece que você é transportado para um mundo de sonhos. O vídeo, da mencionada canção, você poderá ver e escutar abaixo.

Mas voltando a Sade Adu...

Desde 1980 na carreira de cantora, Sade cresceu ouvindo mestres do soul e do jazz como Marvin Gaye, Curtis Mayfield, Donny Hathaway,Ray Charles, Nina Simone, Al Green, Aretha Franklin e Billie Holliday. Apesar dessas influências, não decidiu dedicar sua vida à música. Tanto que estudou desenho de moda no 'St Martin's Art College', em Londres onde foi criada. Porém, logo descobriu que o mundo da moda não lhe permitia um bom equilíbrio entre o gosto de criar e a necessidade de ganhar a vida.

Descobriu o seu talento musical quando aderiu a uma banda formada por alguns dos seus amigos de colégio. Rapidamente passou a ser a vocalista de uma banda de funk latino chamada Pride. Aos 24 anos Helen assumiu-se como elemento central de uma nova banda, Sade, formada por si e por elementos da então extinta Pride - Stuart Matthewman, Andrew Hale e Paul Spencer Denman.

Seu disco de estréia, Diamond Life, ocupou o topo das paradas inglesas em 1984. Em novembro de 1985, lançou seu segundo cd (Promise) que ficou mais de seis meses nas listas dos mais vendidos dos Estados Unidos e de vários outros países do mundo. Sucesso merecido não só pela deliciosa e exótica "voz de veludo" da cantora, mas também por ter sido ela própria a responsável por muitas das composições do disco.
Em 1986, ganhou seu primeiro Grammy como "artista revelação". Aos poucos, esmerou-se ainda mais na carreira de compositora e participou de discos como convidada, como os álbuns beneficentes do Greenpeace.

Pois é, conheci essa cantora incrível na minha infância e ela tornou-se parte das minhas boas lembranças. Espero que todos possam apreciar também a sua bela voz e lindas canções.

Diferença

Salif Keita não é só um mito da música do Mali, mas de toda África. Cantando em francês, inglês ou mesmo em algum dialeto de seu país que não podemos traduzir, Keita tem o maravilhoso dom de tocar a alma de quem ouve sua música.
Nascido em Djoliba em agosto de 1949, Keita é descendente direto do fundador do império malinense, Sundiata Keita. Conhecido como "a voz dourada da África", Keita sofreu com o ostracismo durante anos, já que é albino, e na cultura Malinka isto é um sinal de maldição. Começou sua carreira artística em 1967, quando mudou-se para Bamako e juntou-se a uma banda chamada Super Rail Band de Bamako. Em 1970, fugindo da instabilidade política em seu país, muda-se para Costa do Marfim. Foi durante os anos 70 que Salif e a banda da qual fazia parte na época, Les Ambassadeurs, conquistaram sucesso internacional. Em 1977 ele recebeu a Ordem Nacional do presidente da Guiné, Sékopu Touré, espécie de homenagem pela sua arte. Keita mudou-se para Paris nos anos 80, onde vive ainda hoje.
Em sua música, há a mistura de ritmos de raiz africana, de países como Mali, Senegal e Costa do Marfim, e música de Portugal e Espanha. Ele faz um caldeirão musical poderoso, com saxofone, violão e instrumentos tradicionais africanos, como kora, balafon e djembe, que é uma espécie de tambor.

Trago pra vocês duas canções muito bonitas de Keita: "La différence" (A diferença), de seu mais novo álbum, e "Yamore", que ele gravou com a "diva aux pieds nuds" de Cabo Verbe, Cesária Évora (outra lenda da música africana, de quem falaremos mais tarde). Em "La différence", Keita faz um protesto contra o preconceito sofrido pelos albinos em sua terra natal, invocando a tolerância e a sensibilidade dos seres humanos. "Yamore" é uma canção de amor muito, muito bonita, cantada, em parte, em crioulo caboverdeano.

Salif Keita - "La différence"
(o clip é super-criativo)

Salif Keita e Cesária Évora - "Yamore"



Mais sobre Salif Keita em seu site oficial (em francês)

segunda-feira, 8 de março de 2010

A rainha

Alguns cantores e cantoras são identificados como reis em seu estilo musical. Um títlo assim não vem por acaso: requer muito talento, brilho, sucesso, profissionalismo e anos de estrada. Não foi de uma hora pra outra que Celia Cruz se tornou rainha da salsa, nem Chava Alberstein a maior representante feminina da música ídiche.
Anos de trabalho sem dúvida não faltam a Esma Redžepova. Tampouco todas as outras características. Há 54 anos ela canta profissionalmente, e seu enorme talento lhe rendeu o título de rainha dos ciganos.
Esma nasceu em 1945 em Skopje, capital da Macedônia. Aos 11 anos, ela participou de um concurso de música. Foi a primeira vez que uma canção romani foi transmitida por uma emissora de rádio em seu país. Desde então, Esma conhece o caminho da fama. Contratada pouco tempo depois por Stevo Teodosievski, produtor musical, Esma partiu com o consentimento dos pais para estudar na Academia de Música de Belgrado, na Sérvia.
Esma e Stevo se apaixonaram e se casaram. Na época, ela tinha 23 anos. Estavam sempre juntos. Stevo faleceu em 1997, e Esma ficou um ano sem cantar. Voltou aos palcos, e em 2006 participou de um excelente "road movie" sobre músicos ciganos em turnê nos EUA, chamado "Gipsy Caravan".
Eles nunca tiveram filhos. O casal adotou 47 crianças, e muitos deles, hoje, são envolvidos com a música (inclusive vários tocam e cantam com Esma em suas apresentações pelo mundo). Esma é muito conhecida em seu país pelas obras de assistência às crianças e mulheres ciganas que mantém. Em 2002 ela chegou a ser indicada ao Prêmio Nobel da Paz.
Nos anos 70, durante um festival de música cigana na Índia, Esma recebeu o título de "rainha dos ciganos". Seu primeiro sucesso, "Caje sukarije" (bela garota cigana), foi regravado em um maravilhoso disco de 2008 que reuniu o sérvio Goran Bregović e a polonesa Kayah. Na canção, uma disputada moça cigana recebe os galanteios de vários rapazes.

Com vocês, a rainha Esma e sua "Caje sukarije", verdadeiro clássico da música cigana:


Saiba mais sobre Esma e sua música em seu site oficial (em inglês)

sábado, 6 de março de 2010

Luci, vetrine e strade

Uma voz de beleza, qualidade e elegância únicas.
Essa é Ornella Vanoni, uma das mais importantes cantoras italianas de todos os tempos. Ornella nasceu na cidade de Milão, e desde criança fazia pequenas apresentações para a família mostrando seu talento com sua voz poderosa e melódica e a expressividade com que interpretava as canções.

Por começar desde muito cedo, sua carreira é bastante longa onde conseguiu se estabelecer em diversos gêneros, do jazz à bossa nova. Mas ela se destacou mesmo como intérprete da chamada musica leggera, música orquestrada que surgiu na década de 50 que sempre fez sucesso junto ao público por seu estilo melodioso e fácil audição.

Algumas das mais conhecidas e belas canções de Ornella Vanoni são Che cosa c'è, Io che amo solo te, L'appuntamento, Ma l'amore no e La musica è finita que vocês podem ouvir no vídeo abaixo.



sexta-feira, 5 de março de 2010

Já vi esse filme...: "Chorando se foi"

Na abertura da novela "Rainha da Sucata", da Rede Globo, um boneco de sucata se requebrava todo, dançando ao som de uma lambada cantada por Sidney Magal. Ô lembrança boa da minha infância! Ao som de "Me chama que eu vou" não só aquele boneco dançava, mas praticamente o País inteiro. Era a época em que a lambada estava nas prateleiras das lojas de discos, nas roupas da moda, na TV, no rádio.
A lambada tem origem no estado do Pará (pasmem, eu pensava até então que ela havia vindo de outro país da américa latina) na década de 70. A "dança proibida" mistura ritmos como o carimbó amazonense e o merengue, além de adotar, na dança, referências do maxixe e da polca. [Acho a dança da lambada muito bonita. Mas em termos de sensualidade, pra mim, ela ainda perde pro maxixe.]
Beto Barbosa, Sidney Magal e Kaoma foram, sem dúvida, as figuras que portaram a bandeira da lambada no Brasil com grande êxito. A música "Llorando se fué", de Kaoma, é um verdadeiro clássico do gênero. A canção é de origem boliviana, e foi adaptada ao ritmo pelo grupo franco-brasileiro.
E com vocês... "Chorando se foi" em japonês! Sim, sim, o mundo é realmente bem pequeno. A moça dança muito. E canta não só lambada, mas também canções de cha-cha-cha, estilo cubano.

Akemi Ishii - "Chorando se foi"



Leia mais sobre a lambada em japonês
Valeu pela dica, Gustavo Vieira ;-)

Hey Ho Let's Go!

Quem gosta de rock, com certeza já ouviu falar muito dos Ramones. Essa banda estadunidense fez muita história nesse gênero musical pois é considerada a precursora do estilo punk rock, que foi um movimento musical e cultural que surgiu durante a década de 70 que se cacteriza principalmente por abordar, nas letras das canções, temas com idéias anarquistas, niilistas e revolucionárias, ou sobre problemas políticos e sociais como o desemprego, a guerra, a violência, ou em outros casos, letras com menos conteúdo político e social, como relacionamentos, diversão, sexo, drogas e temas do cotidiano. O visual agressivo, que foge dos padrões da moda, a filosofia "faça-você-mesmo" e as atitudes destrutivas também são outras características do punk.
Os Ramones, inicialmente, eram formados por quatro garotos problemáticos que usavam drogas e que não tinham muita perspectiva de vida: Joey (vocalista), Johnny (guitarra), Dee Dee (baixo) e Tommy (bateria). Ao longo da carreira do grupo, também fizeram parte da formação Marky (bateria), Richie (bateria) e C.J. (baixo).
Os Ramones geraram muitas polêmicas e também fizeram parte do universo da banda muitos casos curiosos como o fato de todos não se entenderem, alguns diziam até que se odiavam, durante os shows eles, muitas vezes, discutiam no palco na frente da platéia, o guitarrista e líder da banda, Johnny Ramone, não deixava que os outros integrantes falassem com a imprensa porque os achava muito estúpidos e só falariam besteiras e ainda por cima, este roubou a namorada do vocalista, Joey Ramone, que depois escreveu uma canção sobre esse, digamos, incidente.

Enfim, você deve estar se perguntando porque eles, apesar de t
antas confusões e desentendimentos, continuaram juntos por tantos anos, porque eles adoravam acima de tudo, fazer música. Era isso, e simplemente isso, que os motivava e os mantinham juntos.

Agora, veja o vídeo abaixo e curta essa banda que é umas das melhores do estilo punk rock.

quinta-feira, 4 de março de 2010

O brasileiro internacional de composições nacionais

O Brasil não tem muita tradição na música erudita, mas, claro, tivemos nossos poucos grandes nomes como Heitor Villa-Lobos e Carlos Gomes,que são os mais conhecidos; e também Lobo de Mesquita, José Maurício Nunes Garcia, Alberto Nepomuceno, Leopoldo Miguez, Cláudio Santoro, Guerra Peixe, Francisco Mignone, Francisco Braga, Radamés Gnatalli e Mozart Camargo Guarnieri.

De todos estes citados, sem dúvida, o grande nome é o carioca Heitor Villa-Lobos que, com suas Bachianas brasileiras, colocou o país num novo patamar da música clássica. O compositor foi o principal responsável pela descoberta de uma linguagem peculiarmente brasileira em música, sendo considerado o maior expoente da música do Modernismo no Brasil, compondo obras que enaltecem o espírito nacionalista onde incorpora elementos das canções folclóricas, populares e indígenas.

O diretor artístico e regente titular da Orquestra Sinfônica Brasileira da Cidade do Rio de Janeiro e da Filarmônica de Calgary, e diretor artístico do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Roberto Minczuk, disse o seguinte sobre Villa-Lobos e sua obra: "Reger Villa-Lobos é buscar sonoridades arrancadas da terra e fazer o público perceber o perfume da comida e do café brasileiros. É balançar no vagão de um trem sentindo as emendas dos trilhos. É transmitir por meio dos instrumentos de percussão o ritmo de nosso povo, dos efeitos orquestrais, os sons da natureza e de nossas máquinas, e de suas melodias, a alma brasileira."

Acho que não preciso dizer mais nada, só nos resta escutar as belas melodias do grande Heitor Villa-Lobos.

Hey!

Existem músicas que são como uma bandeira para o país. São as que costumamos chamar de clássicos nacionais; aquelas que todo mundo conhece, e que praticamente já se nasce sabendo :-) Para nós, brasileiros, são músicas como "Carinhoso", tema do primeiro post do blog; "La vie en rose", na França, ou "La cumparsita", na Argentina. Essas canções são regravadas nas mais diversas versões, com os mais diversos ritmos.
Assim é a polonesa "Hej Sokoły". Um verdadeiro clássico da música popular da Polônia. Uma parte da identidade nacional. "Hej..." fala do amor de um oficial por uma garota e pela Ucrânia. Sokoły é uma cidade de uma região ao norte do país que antigamente fazia parte da Polônia.
Há várias versões dessa canção; tenho a que está abaixo e uma que é um remix, cantado por Andrzej Rosiewicz.

Veja a linda "Hej Sokoły" interpretada por Maryla Rodowicz:



Veja a letra em polonês

Já vi esse filme...: "Morango do Nordeste"

A seção "Já vi esse filme..." vai trazer pra vocês não filmes, mas músicas que você já ouviu. Só que em versões diferentes das originais.

Pra inaugurar a série de posts do "Já vi...", trago a versão em francês do famigerado forró "Morango do Nordeste". Quem nunca ouviu essa verdadeira pérola da música brasileira? "L'été" (O verão) é cantada por Bernard Lavilliers, um cantor e compositor francês que adora o Brasil. Ele já gravou várias canções que homenageiam o país, como "Sertão", "Maria Bonita" e "Fortaleza". Vou falar mais sobre ele posteriormente.

Por enquanto, fique com "L'été", a versão em francês (com letra beeem diferente da original em português) de "Morango do Nordeste":



Veja aqui a letra em francês

Que tal uma música celta ibérica?

Luar Na lubre nasceu em 1986 em La Coruña, Galícia, norte da Espanha. O grupo mistura sons de instrumentos como gaita de fole, acordeon, violino, flauta e percussão para fazer música tradicional galega.

Trago pra vocês um clássico do grupo, "Chove en Santiago". Essa gravação foi feita enquanto Rosa Cedrón ainda era vocalista do grupo. Sua voz é inesquecível. Ela deixou o grupo para seguir carreira solo. Atualmente, a portuguesa Sara Vidal é a principal voz de Luar.

Com vocês, o que há de melhor na música celta ibérica:
Luar Na Lubre - "Chove en Santiago"



Para saber mais sobre o grupo, acesse: Luar Na Lubre

quarta-feira, 3 de março de 2010

Meu coração...

Para inaugurar este blog, pensei em falar um pouco sobre uma das canções mais bonitas que eu já ouvi na minha vida e acredito também, que na sua vida, leitor, e de muitos outros brasileiros.
Esta canção já foi gravada e regravada por diversos cantores e cantoras como Orlando Silva, Elis Regina, Marisa Monte, Ângela Maria, Dalva de Oliveira, Maria Bethânia, Tom Jobim e Paulinho da Viola. Já adivinhou de qual canção estou falando? É a obra-rima de Pixinguinha e João de Barro, Carinhoso, música de tamanho sucesso e empatia que hoje faz parte do imaginário coletivo brasileiro.

A história de Carinhoso se confunde com a do próprio surgimento do choro. Os primeiros registros sobre o estilo datam de 1870, no Rio de Janeiro. "Chorões" era o nome que se dava a um grupo de músicos da época que misturavam música africana com samba e gêneros musicais europeus, entre os quais o mais proeminente era a polca. Mas foi no Rio de Janeiro, por meio dos cavaquinhos, violões e flautas dos chorões, que se misturou com o lundu, ritmo africano, e deu origem ao choro.

Fique com "Carinhoso" interpretado por Yamandú Costa. O vídeo é o trecho de um excelente documentário sobre o choro: "Brasileirinho" (2005), de Mika Kaurismäki.